sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Passarinhóloga: Pra começar...

Surge um novo blog da bióloga Natália Allenspach:


A Passarinhóloga: Pra começar...: "E aqui estamos no que espero que seja o primeiro de muitos posts! 2011 está se mostrando um ano de muitas mudanças em minha vida, e a paixão..."

É só conferir, boa jornada nesta nova empreitada!

gavião-de-rabo-branco

Gavião-de-rabo-branco
Local: zona rural - Dourado-SP
Data: 22/01/2011

Maiores informações WikiAves

Stripe-breasted Starthroat


Bico-reto-de-banda-branca
Local: Pedra Furada - Dourado-SP
Data: 22/01/2011

maria-faceira

Maria-faceira
Local: Estrada da fazenda Morro Vermelho - Jaú-SP
Data: 16/01/2011

Maiores informações WikiAves

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Olha o passarinho!

O topetinho-vermelho ('Lophornis magnificus') é um dos menores beija-flores do
Brasil. A foto foi feita pelo criador do WikiAves, Reinaldo Guedes, em Itatiaia (RJ).


No tempo da internet, em que toda iniciativa digital é vista com os olhos gordos do dinheiro, chega com estranheza a explicação de Reinaldo Guedes sobre a situação financeira do seu projeto, o WikiAves. "Gerar capital é uma pendência. Preciso antes decidir o que o portal é, se é empresa, se é ONG etc.", diz o analista de sistemas.

O WikiAves conseguiu mapear mais de 90% das espécies de aves de que se tem notícia no Brasil

Explica-se a estranheza: o WikiAves, como o nome sugere, é um portal aos moldes colaborativos da Wikipedia. Ou seja, qualquer pessoa cadastrada na página pode enviar conteúdo. O site de aves se autointitula "a enciclopédia das aves no Brasil".

E não faz isso por presunção, já que, apenas no 'esquema colaborativo' e em dois anos de existência, o WikiAves conseguiu mapear mais de 90% das espécies de aves de que se tem notícia no Brasil. Em números mais concretos: das 1.825 aves já descritas que vivem no país, 1.685 estão, de alguma forma, na página.

Em dezembro do ano passado, o WikiAves completou dois anos. O negócio deu certo num misto de 'por acaso' com boa divulgação, como acontece na maioria das vezes com páginas de internet inovadoras.

"Eu nunca trabalhei com aves. Tirar fotos era só um hobby. Eu comecei uma disputa amigável com um colega que também gostava de tirar fotos. Quem conseguiria as melhores imagens? Nessa de ficar tirando foto de pássaros e pesquisar sobre eles, percebi que não havia sites no Brasil que misturassem textos, imagens e sons de aves, nem a Wikipedia", conta Guedes. "Resolvi criar um e divulgá-lo nas comunidades de observadores [de aves]".

Sim, assim como a Wikipedia tem os 'wikipedistas' – nome da turma que edita a página –, o WikiAves tem os "observadores". São milhares. Mais de 6 mil cadastrados no portal, que conta com 3.200 acessos únicos diários. Além de enviar fotos, informações e sons de aves, alguns usuários contribuem, assim como acontece na Wikipedia, com doações espontâneas para que o espaço continue funcionando. Nada, no entanto, que dê algum dinheiro para Guedes.

"Às vezes, eu perco dinheiro", ri. "Sei que temos potencial financeiro, sobretudo com leis de incentivo. Estou molengando com isso, mas acabo achando bacana que seja umsite colaborativo sem fins comerciais".

Por ser sem fins lucrativos, o WikiAves tem parte do seu conteúdo licenciado emCreative Commons. Qualquer pessoa pode se valer dos sons e textos do portal, contanto que não use o conteúdo para ganhar dinheiro. "É uma pena, mas preferi deixar as fotos sob outra licença, e as pessoas só podem usá-las com o consentimento do autor. A turma é muito vaidosa com as fotos, não quero criar problema", fala o tranquilo mineiro de 31 anos.

Administração da comunidade


A comunidade está entre as três maiores do gênero no mundo, segundo os dados daFat Birds Top, associação que avalia os sites sobre aves ao redor do planeta. Mas nem tudo dentro do WikiAves acontece num céu de brigadeiro. Há necessidade de regras. E elas devem ser cumpridas, do contrário, perde-se o controle: "Não pode colocar foto de ave presa, de ave domesticada, fora de seu hábitat...", enumera Guedes.

Conclusão: a página tem moderação e, claro, moderadores. São 12, todos voluntários e escolhidos a dedo por Guedes. Um grupo que varia de analistas de sistema a biólogos e que tem a total confiança do criador do portal. "Sem os moderadores, seria impossível que as coisas dessem certo. Ouço-os muito e aprendo muito com eles também", diz Guedes, que admite: antes de criar o WikiAves, pouco sabia sobre pássaros.

"Era um leigo, não tinha qualquer ideia da quantidade de aves que existiam no país. Tive de comprar um livro".

Raridades

Hoje, a história é outra. Guedes conta que, informalmente, autores de livros o procuram para dizer que determinadas informações foram atualizadas e corrigidas graças ao trabalho do WikiAves.

Não por menos: um observador do portal foi o primeiro a registrar o anambé-de-whitely(Pipreola whitelyi), espécie até então não fotografada no país. O autor do clique, Osmar Borges, ficou conhecido dentro da comunidade. Depois, o flagrante foi invalidado pelos pesquisadores que auxiliam o portal, pois o pássaro estava fora das fronteiras do Brasil. Mesmo assim, o feito foi celebrado pelos observadores. Não"É mais uma brincadeira dentro do site. Os colaboradores com mais experiência não gostam, porque são aqueles caras que observavam pássaros com binóculos, são as pessoas que consideram a observação um ato em si. Os mais novos curtem este joguinho de tirar a foto que ninguém ainda tirou", explica Guedes.

A saudável competição não tira um certo sentido de 'união de comuns' estabelecido pela comunidade de aves. Biólogos, fotógrafos profissionais e curiosos se juntam para encher de pontos de observação o mapa do Brasil, figura em destaque na página.

O WikiAves organizou uma exposição de fotos na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no ano passado. Empolgado com a primeira parceria oficial com o governo, Guedes pensa em uma maneira de aumentar e melhorar o seu projeto.

Ele conta já ter recebido convites para ampliar a margem de observação das aves para o Uruguai. Ciente de que a expansão aumentaria ainda mais a visibilidade do seu observatório virtual de pássaros, diz que ainda está pensando na ideia. Enquanto isso, vai protelando, também, a formalização do portal. ONG ou empresa? Ainda não sabe. Vai ver, o negócio mesmo é observar, fotografar e compartilhar. cabe a ilusão, como em toda rede de colaboração, há disputa em jogo.

Thiago Camelo
Ciência Hoje On-line

Disponível em http://cienciahoje.uol.com.br/blogues/bussola/2011/02/olha-o-passarinho/view

sábado, 5 de fevereiro de 2011

mocho-dos-banhados

Mocho-dos-banhados - fêmea
Local: final de zona urbana - Jaú-SP
Data: 27/01/2011


A imagem mostra claramente o mocho-dos-banhados, esta coruja rara e incrível, pousada em um monte de terra que foi revolvido recentemente. Percebe-se que esta coruja ocupa áreas descampadas, pastos naturais, baixadas e banhados.
Se por um lado, este mocho se beneficia com a retirada da vegetação original, ficando o terreno propício a sua caça, por outro lado, com o tempo até mesmo estas áreas serão substituídas por loteamentos, casas, ruas, estradas, avenidas, praças, "áreas verdes". Ou seja, cada vez mais vai perdendo espaço para viver e se reproduzir.
De forma alguma, somos contra o progresso material, contra as pessoas terem seu espaço para morar. Porém, seria salutar para todos que estas ações fossem pensadas e dirigidas com critérios, respeitando a diversidade e as várias formas de vida.
Para se ter uma ideia, em uma rápida visita a este local em apenas um dia, pude constatar a presença de várias espécies(vistas, ouvidas e registradas) além do mocho: codorna-amarela, inhambu-chororó, gavião-peneira, tipio, tiziu, uí-pi, caracará, tico-tico-do-campo, coruja-buraqueira, entre outras...

Neste local, há a presença do macho e da fêmea dessa espécie, que provavelmente estarão se preparando para reproduzir. Caso, se avance com esta expansão imobiliária e os trabalhos inerentes a este empreendimento, este mocho ficará prejudicado em sua possibilidade de reprodução.