quinta-feira, 24 de março de 2011

Mínimo de cobertura florestal pode manter espécies nativas

Por Felipe Maeda Camargo
Da Agência USP
.
Pequenos mamíferos de origem nativa (natural de determinada região) podem sobreviver em ambientes alterados pelo ser humano se houver um mínimo de cobertura florestal remanescente na região. Essa constatação parte da tese de doutorado da professora e pesquisadora Fabiana Umetsu, pelo Instituto de Biociências (IB) da USP, sob orientação da professora Renata Pardini. Seu trabalho levantou a quantidade de marsupiais e roedores e a variedade destes em áreas com agricultura que mantinham algum resquício de Mata Atlântica.
Fabiana mostra a importância de os estudiosos também considerarem os ambientes alterados na análise de espécies nativas. “Mesmo nessas regiões se encontram espécies florestais (ou nativas) se nelas houver resquícios de floresta”, observa a professora.
Ela destaca que as espécies nativas dependem da floresta no entorno de fazendas e em outros ambientes alterados para sobreviver. Além disso, a floresta facilita sua colonização na região.
Isso se aplica até para formas de agricultura diferenciada: “Mesmo que uma área tenha agricultura orgânica, se não tiver cobertura florestal na região, dificilmente haverá espécies nativas. Assim, seria melhor combinar estes dois fatores”, comenta Fabiana. Agricultura orgânica é o termo usado para a produção de alimentos e outros produtos vegetais que não fazem uso de produtos químicos sintéticos, como fertilizantes e pesticidas.
.
Distribuição das espécies
.
Fabiana verificou a distribuição de três grupos de espécies de roedores e marsupiais em duas regiões do estado de São Paulo com ocupação agrícola, cada uma com 10 mil hectares de área: uma nos municípios de Tapiraí e Piedade, e outra nos municípios de Ribeirão Grande e Capão Bonito. No total, ela encontrou 21 espécies.
As regiões foram estrategicamente escolhidas, de acordo com a cobertura florestal de cada uma. Enquanto a primeira (Tapiraí e Piedade) tem 49% de cobertura florestal, a segunda (Ribeirão Grande e Capão Bonito) tem somente 11%.
Essa diferença foi essencial para o estudo distinguir a distribuição de um dos três grupos selecionados. Estes foram divididos previamente entre os mamíferos “restritos aos biomas florestais”, os “generalistas” e os “invasores”. O primeiro grupo representa as espécies nativas somente da Mata Atlântica; o segundo contém as espécies que ocupam tanto a Mata Atlântica quanto outros biomas; já os “invasores” são espécies originais de outros biomas com vegetação mais aberta, como o Cerrado ou os Pampas. Este grupo inclui também animais como camundongos e ratos-de-esgoto.
O primeiro grupo foi beneficiado na região com maior quantidade de floresta, onde a professora encontrou maior número de animais e de variedade de espécies do grupo. Os cultivos agrícolas estudados foram dominados por mamíferos generalistas e invasores, que são mais abundantes em ambientes alterados.
Apesar do domínio nos ambientes alterados, o grupo dos generalistas não foi beneficiado com o aumento de áreas abertas. “As espécies generalistas acabam se beneficiando, na verdade, das áreas de transição entre florestas e ambiente alterado. Talvez elas encontrem mais recursos nesses locais, mas ainda não há uma explicação precisa”, diz Fabiana.
O grupo dos invasores, por sua vez, teve maior variedade de espécies e maior quantidade de uma espécie nos locais circundados por mais áreas abertas, na análise em escala mais local. A pesquisadora acredita que essas espécies, em relação às outras, se adaptam ainda melhor aos ambientes abertos, como, por exemplo, resistindo mais a lugares ensolarados.
Um detalhe importante que a pesquisadora destaca é o efeito que regiões com maior cobertura florestal têm ao atrair mais espécies que são restritas a biomas florestais. “Interessante observar que dentro das espécies invasoras, algumas podem ser transmissoras de doenças. Como o número delas era maior com o incremento na quantidade de áreas abertas na escala local, provavelmente as áreas com menor cobertura florestal aumentam as chances de transmissão dessas doenças”.
.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Lançamento: Aves do Brasil - Pantanal & Cerrado

Lançamento do Guia de campo Aves do Brasil: Pantanal & Cerrado

Com 1.832 espécies catalogadas, o Brasil é um dos três países com maior número de espécies de aves do mundo. O turismo de observação de aves tem mostrado um grande potencial para a economia local em diversas regiões do país, e contribui também para a conservação do meio ambiente. Como forma de estimular as pessoas a observar e proteger a exuberante fauna de aves do Brasil, a Wildlife Conservation Society (WCS) e a Editora Horizonte lançam o Guia Aves do Brasil: Pantanal & Cerrado, em eventos em São Paulo, Miranda (MS) e Brasília.







Sobre o livro

O Guia Aves do Brasil: Pantanal & Cerrado é o primeiro de uma série que abordará as aves de todos os biomas brasileiros, permitindo sua identificação. Com linguagem simples e bem ilustrado, o livro tem o objetivo de popularizar a observação de aves no Brasil e estimular a conservação do meio ambiente. O primeiro volume da série apresenta 740 espécies de aves do Pantanal e do Cerrado. A maioria das descrições é acompanhada de ilustrações precisas feitas por renomados artistas especializados em aves, como Guy Tudor, o maior ilustrador de aves sul-americanas.
A ornitóloga Martha Argel, que escreveu o livro com outros três autores, explica que o guia é muito mais que uma ferramenta de observação de aves, pois constitui um instrumento educativo e científico de proteção ao meio ambiente e de incentivo ao turismo sustentável. "Esse material foi pensado, desde o início, para estimular as pessoas a contribuir com um ambiente mais saudável e uma economia mais justa, a partir de um maior conhecimento sobre o patrimônio natural do Brasil".
Além das informações detalhadas sobre as espécies de aves e seus hábitats, o guia conta com inúmeras fotos de ambientes do Cerrado e do Pantanal e, ajuda a compreender como determinadas espécies de aves estão associadas a certos ambientes e como dependem deles para sobreviver.
O preço sugerido do Guia é de R$ 44,00. Este valor só foi possível graças aos fundos recebidos pela WCS de diversos doadores, entre os quais o Banco Mundial, várias fundações e pessoas físicas.
A autoria do guia é de John A. Gwynne, diretor de Criação e Vice-Presidente Emérito de Design da Wildlife Conservation Society, sediada em Nova York; Robert S. Ridgely, um dos maiores especialistas mundiais em aves da América do Sul e membro atuante da organização World Land Trust; Guy Tudor, ilustrador de aves neotropicais; e a brasileira Martha Argel, ornitóloga, escritora e autora de diversos livros de divulgação científica. Dezenas de ornitólogos e pesquisadores brasileiros colaboraram com os autores ao longo dos cinco anos de preparação das 322 páginas do livro e mais de 1000 ilustrações.
A edição em inglês do livro, WCS' Birds of Brazil: The Pantanal and Cerrado of Central Brazil (A Field Guide), acaba de ser lançada em Nova York. Direcionada aos birdwatchers estrangeiros, tem o objetivo de incentivar o interesse internacional pelas aves brasileiras.
As duas versões estão a venda pelo site www.edhorizonte.com.br.

Ficha técnica:

Guia de Campo: Aves do Brasil – Pantanal &Cerrado
Diretor do Projeto na WCS: John A. Gwynne
Autor Sênior: Robert S. Ridgely
Diretor de Arte: Guy Tudor
Coordenadora do Projeto na WCS e Tradução: Martha Argel
Mapeamento das Espécies: Robert S. Ridgely, Maria Allen e Terry Clarke
Diagramação e Produção: Terry Clarke
Editora: Horizonte
Nº de páginas: 322
Nº de ilustrações: 1020
Preço sugerido (versão em português): R$ 44
Preço sugerido (versão em inglês): R$ 79
Mais informações: www.horizontegeografico.com.br
Contato: (11) 3022-5599

terça-feira, 8 de março de 2011

Ibama SP propõe novos paradigmas para exibição de animais na TV

São Paulo (03/04/2009) – Analistas ambientais do Ibama apresentaram ontem (02), durante workshop para jornalistas e produtores de TV da capital paulista, 16 propostas (veja abaixo) que deverão nortear a exibição de animais em programas televisivos, reportagens e na publicidade em geral. Batizadas de “novos paradigmas” essas orientações incluem preceitos legais e recomendações para que as produções não estimulem o consumo de animais silvestres. A adoção desses paradigmas ajudará a conscientizar a sociedade, além de evitar multas às emissoras de TV, que podem chegar a R$ 500 mil.

Participaram do evento profissionais de comunicação das TVs Globo, Record e Cultura, além de agências noticiosas, revistas de meio ambiente e editoras. Houve entendimento de que a mola mestra do tráfico de animais é o consumo efetuado pelo cidadão comum que, por sua vez, sofre forte influência dos meios de comunicação. No Estado de SP, cerca de 40 mil animais silvestres ilegais são apreendidos todos os anos.

Para a superintendente do Ibama SP, Analice de Novais Pereira, o evento representa um marco nas relações entre Ibama e a mídia. “Pela primeira vez apresentamos claramente aos profissionais da mídia que existem limites para a exibição de fauna silvestre. Ultrapassá-los é dar munição aos traficantes de animais, que se aproveitam do desejo das pessoas em ter um animal de estimação diferente”.

Segundo a superintendente o próximo passo é convocar dirigentes das emissoras de TV para que adotem os novos paradigmas em suas empresas. “Percebemos que os jornalistas apóiam as novas idéias, mas é preciso que elas façam parte da política das emissoras”.

O workshop fez parte das atividades em comemoração aos 20 anos do Ibama. Uma apresentação semelhante foi oferecida também aos servidores da superintendência de SP, no dia 1º de abril. O workshop foi idealizado e executado por servidores da Divisão de Fauna, da Fiscalização, do NEA e da Ascom.

Conheça os novos paradigmas para a exibição de animais silvestres:

1) Não exibir animal silvestre sem origem legal.

2) Cuidado ao exibir animais silvestres com origem legal: isso também pode estar estimulando o consumo dos animais sem origem.

3) Não estimular o consumo ou recomendar o animal silvestre como pet.

4) Não exaltar características do animal silvestre como afetividade com humanos, doçura, inteligência para aprendizado, etc.

5) Não perseguir ou apanhar animais silvestres, mesmo que para soltura imediata.

6) Não demonstrar ou descrever técnicas de captura do animal silvestre.

7) Não divulgar o valor do animal no comércio ilegal ou mesmo legal.

8 ) Em dramaturgia (novela, cinema, teatro) evitar exibir animais silvestres em cativeiro, ainda que tenham origem legal.

9) Se for utilizar animais silvestres oriundos de criadouros, checar antes com o Ibama a situação desse criadouro junto ao órgão.

10) Não produzir provas, desafios, concursos com animais silvestres e muito menos premiar os proprietários desses animais.

11) Em reportagens sobre o tráfico, ao exibir os métodos cruéis, esclarecer ao espectador que não se deve comprar o animal silvestre para cessar aquela situação, pois isso só aumenta a captura.

12) Não humanizar animais silvestres, por mais agradável ou engraçado que possa parecer (colocar roupinhas, fazê-los executar jogos, operar brinquedos, etc.).

13) Desmistificar sempre as crendices associadas aos animais, como: sorte, azar, atrai amor, cura doenças, etc.

14) Lembrar que animais ideais para viver ao lado dos humanos são os animais domésticos.

15) Estimular e agregar valores à observação de animais em vida livre.

16) Preocupar-se com a produção de sentido. Perguntar sempre: que efeito essa apresentação vai gerar na cabeça do espectador?

Airton De Grande
Ascom/Ibama/SP

Disponível em http://www.ibama.gov.br/archives/4501

mocho-dos-banhados(Asio Flammeus)

domingo, 6 de março de 2011

Reserva Guainumbi - IX Overdose Ornitológica

Estamos próximos de atingir nossos objetivos com o Overdose Ornitológica. Esta será a 9 edição de 12 programadas para monitorar as aves da Guainumbi e seu entorno.


Não percam esta oportunidade, está acabando...

caracoleiro

Caracoleiro
Local: Parque do Rio Jaú - Jaú-SP
Data: 16/10/2011

Maiores informações WikiAves