Ainda estamos longe? |
Filme sobre observadores de aves traz à tona problemas em praticar este hobby no Brasil |
por Bruno Francheschi Troiano |
A comédia The Big Year, baseada no livro de Mark Obmascik The Big Year: A Tale of Man, Nature and Fowl Obsession, estreia em outubro nos Estados Unidos e divulga ao público um hobby cada vez mais comum: a observação de aves, ou birdwatching.
O filme mostra três homens disputando uma competição de observação. O objetivo dessa disputa é ver quem consegue encontrar as aves mais raras dos Estados Unidos. O trio é formado pelos atores renomados Jack Black, Steve Martin e Owen Wilson. O filme ainda estará recheado de personagens presentes na vida dos ornitólogos de todo o mundo, como uma pesquisadora de aves marinhas e um blogueiro de aves – que, aliás, será interpretado por Jim Parson, o famoso Sheldon de The Big Bang Theory.
Para alguém que estude aves, não é novidade que os norte-americanos têm um elo íntimo com esses belos seres alados. É comum nos Estados Unidos e Canadá encontrar observadores de aves com seus binóculos e câmeras pendurados no pescoço em busca de uma nova espécie. Torço muito para que os brasileiros estejam cada vez mais dispostos a praticar este hobby extremamente prazeroso. Mas quais são ainda as grandes dificuldades?
Primeiro de tudo, o preço dos equipamentos. É claro que um observador amador não precisa ter os melhores equipamentos. Com muito custo consegui comprar quase tudo que precisava, e realmente o preço não foi nada motivador. Para começar, um “amante das aves” iniciante vai desembolsar uma bagatela de 200 reais – e acreditem, esse é o mínimo do mínimo. Tenho amigos que já gastaram muito mais que isso em um colete de campo! Quem tem oportunidade de viajar para os Estados Unidos pode aproveitar o preço dos equipamentos lá; mas mesmo assim não espere gastar menos de 800 dólares.
Segundo, a dificuldade que as autoridades brasileiras impõem aos observadores. Os parques começam a funcionar, normalmente, às 7h30 da manhã. O ideal para observar aves é sair antes de o sol nascer, quando os animais começam a vocalizar. E existem lugares onde não podemos entrar com binóculos ou com qualquer outro equipamento!
Terceiro, a violência. Fico realmente preocupado de sair para “passarinhar” com meus equipamentos. Como observar as aves em um parque com um binóculo de 390 dólares e saber que a qualquer momento alguém pode roubá-lo de você? Mesmo no parque do Ibirapuera, o mais conhecido dos parques de São Paulo, roubos acontecem.
Citei apenas três dificuldades, mas sabemos que são muitas. Devemos desenvolver uma política na qual esse e outros “hobbys ecológicos” sejam mais praticados, já que ajudam a criar consciência ambiental e a preservar espécies ameaçadas.
Espero que o filme, que estreará apenas em março de 2012 em terras tupiniquins, ajude a divulgar esta causa e inicie um “boom” ornitológico nacional!
Fonte: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/ainda_estamos_longe_.html
3 comentários:
Oi, Paulo,como vai? Estou tirando o atraso e lendo todas as publicações do seu blog que perdi.
Vim aqui também ver se encontro uma ave parecida com a que me deparei há uns dez dias, no litoral norte aqui da bahia.
Estou iniciando a prática, e cada vez mais viciada.
Vc poderia me indicar uma bibliografia sobre o assunto? Lembre que estou no bê-a-bá.
Um grande abraço,
Pat
Oi Pat
eu indicaria se cadastrar ao WikiAves, seria uma forma de inteirar do universo da observação de aves: fotos, sons, páginas das espécies, dos gêneros e das famílias e os fóruns.
Agora, você pode procurar livros da Editora Avis Brasilis: livros, guias.
Os guias de campo como do Tomas Sigrist é uma forma de iniciar, começar a identificar e assim por diante.
Sempre peça ajuda, os observadores adoram auxiliar quem está começando: dicas de lugares, qual melhor câmera, dicas de fotografia, sugestão de identificação.
Caso, vc se aprofunde, quando for viajar procure lugares com guias e assim por diante.
Pode perguntar, abraço
Paulo Guerra
Obrigada pelas dicas, Paulo!
Um abração,
Pat
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