segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Freirinha


Freirinha - fêmea
Local: rio Tietê - Jaú-SP
Data: 19/11/2008

Um comentário:

paulo guerra disse...

Velhinha (Arundinicola leucocephala)

Ordem Passeriformes

Família Tyrannidae



A velhinha (Arundinicola leucocephala) (Linnaeus, 1764) (Tyrannidae, Fluvicolinae) é um passeriforme cuja distribuição abrange, a oeste dos Andes, o norte da Venezuela e as planícies costeiras caribenhas da Colômbia; a leste compreende a Venezuela, as Guianas, praticamente todo o Brasil, o leste do Peru, a porção oriental da Bolívia, o Paraguai e o nordeste da Argentina (Meyer de Schauensee, 1970; Dunning, 1982).


Tem presença conspícua, graças ao colorido chamativo do macho, de corpo todo negro até a altura da garganta e nuca, contrastando com o branco da cabeça, que chega ao mento e à região auricular; fêmea e jovem apresentam dorso, nuca, asas e cauda cinzentos e partes inferiores, faces e fronte brancos. A coloração do macho inspirou um grande número de nomes populares, entre outros viuvinha, viuvinha-do-brejo, freirinha e velhinha. Segundo Sick (1997), atinge não mais de 12,5 cm de comprimento total.



As informações sobre a utilização do ambiente pela espécie são fragmentadas e não existe um estudo sistemático. De acordo com a literatura, ocorre em brejos, pântanos, juncais, beiras de rios e lagos, ilhas fluviais (Meyer de Schauensee, 1970; Meyer de Schauensee & Phelps, 1978; Narosky & Yzurieta, 1987; Ridgely & Tudor, 1994). O limite altitudinal superior de sua distribuição, segundo Ridgely & Tudor (1994) é de 500 m, mas existem registros em altitudes por volta de 700 m, por exemplo nos municípios de São Paulo (Argel-de-Oliveira, 1987) e de São Manuel (Argel-de-Oliveira, obs. pess.). Segundo Mitchell (1957), a ave escolhe, em geral, locais com extensões apreciáveis de água aberta rodeada por brejos, pântanos ou mesmo por gramíneas altas, e onde existem arbustos desfolhados, emergentes, que são seus sítios de nidificação favoritos; a autora diz ainda que a espécie ocorre inclusive em áreas úmidas que “mal merecem ser chamadas de poças à beira da estrada”.



É uma ave insetívora, e seu comportamento alimentar é caracterizado de forma sucinta por Fitzpatrick (1980), que a descreve como tendo repertório generalista, com várias estratégias de captura de alimento no substrato (água, solo) e perto dele. A. leucocephala distingue-se das espécies do gênero Fluvicola, bastante próximo, por seus hábitos menos terrícolas, como assinalam vários autores (ffrench, 1980; Sick, 1985; Narosky & Yzurieta, 1987).





Literatura citada

Argel-de-Oliveira, M. M., 1987. Observações preliminares sobre a avifauna de São Paulo. 1989. Bolm CEO, (4): 3-39.

Dunning, J.S., 1982. South American land birds. Newtown Square, Harrowood Books. 364 p.

ffrench, R., 1980. A guide to the birds of Trinidad and Tobago. Newtown Square, Harrowood Books. 470 p. (Publ. of the Asa Wright Nature Centre, no. 1)

Fitzpatrick, J.W., 1980. Foraging behavior of Neotropical tyrant flycatchers. Condor, 82: 43-57

Meyer de Schauensee, R., 1970. A guide to the birds of South America. Filadélfia, Academy of Natural Sciences.

Meyer de Schauensee, W. & Phelps, W.H., Jr., 1978. A guide to the birds of Venezuela. Princeton, Princeton University. 424 p.

Mitchell, M., 1957. Observations on birds of southeastern Brazil. Toronto, University of Toronto. 258 p.

Narosky, T. & Yzurieta, D., 1987. Guía para la identificación de las aves argentinas. Buenos Aires, Asociación Ornitológica del Plata, Vazquez Mazzini. 340 p.

Ridgely, R. S. & Tudor, G., 1994. The birds of South America, vol 2. Austin, University of Texas. 814 p.

Sick, H., 1997. Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro, Nova Fronteira.



Argel, M., 2002. Velhinha (Arundinicola leucocephala). In: www.marthaargel.com.br . Acessado em 25/11/2008.