quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

última nota triste do ano de 2010

Coleirinho
Local: Parque do Rio Jaú - Jaú-SP
Data: 30/12/2010
Fotografado por Edilene

Talvez essa imagem seja a última desta ave em liberdade.

Hoje, dia 30/12/2010 havia no Parque do Rio Jaú, um menino, adolescente com uma gaiola e alçapão caçando.
Fiquei estarrecido diante do absurdo e da ousadia. Como uma pessoa poderia caçar uma ave silvestre no meio urbano de uma forma tão tranquila, sem aborrecimentos ou obstáculos.
O Parque do Rio Jaú, digamos assim, não está abandonado, pois conta com manutenção, pois sua grama estava sendo aparada. Porém, não há nenhum vigia ou guarda municipal. Ou seja, de um bucólico espaço passou a ser um território livre.
Todos sem distinção: cidadãos, fauna e flora, estamos entregues a própria sorte.

Jaú se notabiliza cada vez mais por ser uma terra onde se destrói mais, portanto preserva-se pouco ou quase nada. Dados recentes apontam que apenas 4% de seu território conta com cobertura vegetal originária. Agora eu pergunto: se não houvesse o sr. Amadeu Botelho e sua família, Jaú seria uma terra descampada, sem vegetação, sem mata ciliar, sem mata de galeria, com raríssimos exemplos de fauna. Não saberia dizer ou revelar como era o ambiente que nossos antepassados aqui encontraram.

Bom, não vamos avançar nesta conversa, porque perguntar sobre aterro sanitário, novo cemitério, coleta seletiva de lixo, recuperação de matas ciliares, estabelecimento de corredores ecológicos fica difícil. Se nem ao menos existe uma fiscalização em um parque urbano.

Agora, o que um menino estaria achando tão interessante em aprisionar um pássaro cánoro, quando o esperado seria sua vontade de estudar, praticar esportes ou alguma atividade salutar? Por que esta é ainda uma cena comum no município? Todos nós sabemos que Jaú é terra histórica de gaioleiros, com seus formidáveis planteis, com suas gaiolas, viveiros e alçapões.

Por que nossa cidade não vira a página dessa história?

A resposta não é simples, mas existe algumas pistas: ausência de interesse das autoridades constituídas, falta de educação ambiental, falta de espaços dedicados ao assunto, falta de capacitação, falta de interesse de nossos empresários e assim segue a lista.

Espero sinceramente que passagens tristes como esta não se repitam em 2011.

Um feliz e consciente 2011 para todos!

4 comentários:

Maurício Murgel disse...

Caro amigo Paulo, peço licença para postar algumas palavras neste seu maravilhoso blog. Creia, nestes dois anos tentando virar aspáginas tristes da nossa história ambiental, perdi kilos que já eram poucos, ganhei infinitos cabelos brancos e tatuei na minha história uma experiência imensa. Diariamente temos sido cobrados sobre as mazelas que aí inda estão; é facto que muitos assuntos que já evoluiram não estão esclarecidos para a população, primeiro pela pouca comunicação do governo, mas também pelo pouco interesse que a população mostra quando é convocada, visto que muitos eventos de extremo interesse púbblico como as reuniões dos planos de saneamento básico ( que trataram de assuntos como a´gua, esgoto, drenagem urbana e gestão de resíduos e que a nossa Jahu é uma das pioneiras a realizá-lo,com mais de cem horas de reuniões durante o ano passado ) além das reuniões da revisão do plano diretor. Só para deixar claro, nunca a prefeitura de Jahu realizou tantos projetos, são mais de oitenta sendo realizados concomitantemente e os resultados estão aí, Esalq, hospital referência Luci Montoro,Centro de convenções e a histórica verba para drenagem sustenável que conseguimos exatamente por termos realizado projetos nesta área, onde Jahu só fez erros em seu século e meio de vida. è uma pena vermos o boicote da impre3nsa escrita, que desconstrói nossas ações e manipula a informação para nos enfraquecer, mas é a parte triste do jogo. Hoje, três fiscais ambientais contratados por concurso iniciam suas atividades e nos ajudaraão nesta luta interminável. Só para terminar, lembrando da conclusão do tratamento de esgoto no nosso Rio Jahu onde, com muita alegria, soltamos mais de cem mil alevinos da nossa ictiofauna e temos noticias de dourados sendo pescados novamente nessas águas barrentas. Sobrea coleta seletiva, que também questionou, já atendemos vinte e quatro bairros e deveremos dobrar agora com a chegada de um novo caminhão. Desculpe o desabafo aqui, mas não tem sido fácil o que temos vivido e exclarecer e pedir ajuda aos amigos faz parte e é muito importatnte. Gostaria de convidálo a visitar e seguir nosso blog, semeiajahu.blogspot.com, onde verá que estamos fazendo muito, mas conscientes que é pouco e que temos pela frente desafios ainda miores e mais dificeis, que enfrentaremos com força e determinação. Um grande abraço, maurício murgel

Ligia disse...

Nem dá para acreditar, não dava para avisar alguém do parque?

paulo guerra disse...

Oi Ligia

o problema é justamente este, não havia nenhum guarda ou vigia no parque para ser avisado, obrigado pelo visita ao Aves de Jaú, abraço!

Junior Hubner disse...

Que situação, hein Paulo!
Eu moro no Jd. Jorge Atalla e costumo passar algumas vezes durante a semana pelo parque quando vou ao Kartódromo correr.
Foram incontáveis as vezes em que vi coisas erradas por ali, inclusive há alguns dias vi pessoas passando arrastão com uma tarrafa ali mesmo, como se não houvesse ninguém olhando. São dois crimes: o primeiro por pescar com uma tarrafa e o segundo por pescar numa época do ano em que a pesca é proibida até p/ profissionais.
O fato é que toda vez que eu vejo algo do tipo, eu denuncio! Sem dó!
Pessoas caçando não só por ali, mas por vários outros lugares, como no Jardim Sempre Verde, também é bem comum.
Como você mesmo citou, não há algo que incomode essas pessoas, um obstáculo, ou seja, não há medo!
Eu penso que também não deve ser fácil p/ o Sr. Maurício pois enquanto estamos do lado "de fora" é um tanto fácil criticar e opinar, mas quando temos a responsabilidade de um cargo, as atitudes irresponsáveis de outras pessoas quase sempre cairão como culpa.
O que me resta fazer quando vejo é pegar o telefone e ligar. Minha parte, e o que eu posso fazer no momento pra resolver é simplesmente isso.